No dia 10 de março o data center da OVH – o maior hosting da Europa – pegou fogo e deixou quase 4 milhões de sites fora do ar.
Quase 4 milhões de clientes em todo o mundo ficaram sem seus sites depois do incêndio ocorrido na cidade de Estrasburgo, França, no último dia 10 de março. De acordo com a dona do data center, a empresa OVH, das quatro edificações que compunham o complexo de hospedagens, uma está destruída, uma parcialmente comprometida e duas seguem intactas, porém monitoradas. Não houve feridos.
Com o incêndio, bancos online, sites de comércio eletrônico e serviços de webmail saíram do ar, afetando não só os donos dos sites, mas impactando um grande número de pessoas e a economia.
Data centers da Dataprev possuem certificação Tier III desde 2014
No Brasil, é difícil que haja um desastre como esse, principalmente na Dataprev. Em 2014, a direção da estatal optou por investir na modernização de seu parque tecnológico. Como resultado dos investimentos de R$ 400 milhões em infraestrutura física e R$ 285 milhões em softwares e serviços, os data centers do Rio de Janeiro (1.028 m²), São Paulo (384 m²) e Brasília (225 m²) obtiveram o certificado Tier III, conferida pelo Uptime Institute.
Desde então, os data centers têm capacidade para computação de alta disponibilidade e recursos redundantes de rede elétrica e refrigeração. Eles ainda são conectados por circuitos de alta velocidade, e há redundância nos três ambientes. Ou seja, quando um serviço sai do ar, um outro entra em operação garantindo a continuidade da operação. Além disso, o parque tecnológico da estatal conta com salas-cofres certificadas e blindadas, que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana.
O investimento feito e a certificação conquistada permitem que a Dataprev garanta a continuidade de negócios dos seus clientes, que são principalmente relacionados ao governo federal. Dessa forma, a empresa assegura que políticas públicas, programas sociais e outros serviços fundamentais para o funcionamento do país não sejam afetados.
Somente para um de seus clientes, o INSS, a Dataprev realiza o pagamento de mais de 36 milhões de benefícios previdenciários mensalmente e 30 milhões de parcelas do seguro desemprego por ano. Além disso, a empresa foi responsável pelo processamento do auxílio emergencial, que atendeu 61,8 milhões de pessoas em 2020.
Investimento feito será repassado à iniciativa privada em caso de privatização
Caso a Dataprev seja realmente privatizada, os investimentos e melhorias feitas ao longo dos anos serão repassados à iniciativa privada, provavelmente por uma fração do que foi gasto. É preciso levar em consideração que tais investimentos foram feitos com dinheiro público, para o benefício do trabalho para a população. Repassá-los à iniciativa privada pode ser considerado um desvio de finalidade, já que para contar com os usufruir dos serviços de uma empresa privada o governo tem que pagá-la, mesmo que a empresa tenha sido construída com o dinheiro dos contribuintes.